Volkswagen Logus Wolfsburg 1996, Brasil

 

Volkswagen Logus Wolfsburg 1996, Brasil
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Formada em 1986, a Autolatina, aliança entre VW e Ford, resultou em modelos híbridos das escolas alemã e norte-americana: o Volkswagen Logus, de 1993, é um dos melhores exemplos. Sua missão era superar o fracasso comercial do VW Apollo, modelo pouco aceito pelo mercado devido ao fato de ser um simples clone do Ford Verona (ambos frutos da parceria).
Para tanto, o Logus deveria ter personalidade própria mais marcante, com elementos de estilo suficientes para dissociá-lo visualmente do novo Ford Escort, com quem compartilhava a plataforma.
“A Ford não queria fornecer detalhes sobre o Escort europeu de quinta geração e para limitar nosso acesso ao projeto encaminhou o desenho do Logus ao estúdio da Ghia Design”, conta o designer Luiz Alberto Veiga, que trabalhou na Volks de 1976 a 2016.
Assim, o departamento de estilo da alemã concorreu com outra proposta apresentada pelas estrelas do estúdio Ghia: os irmãos Ian e Moray Callum. Mas, ao final do processo, a VW escolheu a proposta criada por Veiga e seu chefe, o alemão Wolfgang Winkler, que foi aprimorada em túnel de vento antes da aprovação final do projeto.
O Logus tinha duas versões de motorização e três de acabamento. A versão de entrada CL vinha com o motor AE-1600 da Ford (de origem Renault), com 1,6 litro, carburador de corpo
duplo e 73,4 cv (movido a gasolina) ou 74,8 cv (movido a etanol). Opcional, o motor VW AP de 1,8 litro da VW trazia comando de válvulas no cabeçote, carburador eletrônico e 85,7 cv.
Item de série nas versões GL e GLS, este motor ainda deixava a desejar: a aceleração de 0 a 100 km/h exigia 13,96 segundos e a máxima era de 167,9 km/h. Apesar de parecer um VW, o Logus reunia todas virtudes e defeitos do Ford Escort: boa ergonomia, ótimo acabamento e uma suspensão que priorizava o conforto em detrimento do comportamento dinâmico.
Um dos pontos mais fracos do projeto original era a rolagem excessiva da carroceria em curvas, problema sanado na Europa com a adoção de uma barra estabilizadora na suspensão dianteira. Uma falha na fixação da barra estabilizadora fazia com que Escort e Logus exibissem um comportamento sobresterçante repentino, colocando motoristas em risco.
Atendendo a pedidos, a principal novidade do modelo 1994 foi o motor VW AP de 2 litros, o mesmo que já impulsionava o VW Santana. Com 106 cv, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h caiu para 11,88 segundos e a máxima saltou para 186,4 km/h. A alimentação ainda era realizada pelo anacrônico carburador eletrônico.
A tão aguardada injeção eletrônica chegou apenas no segundo semestre de 1994: com ela o motor VW AP de 2 litros rendia 116 cv, potência suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 10,28 segundos, com máxima de 194,2 km/h. O Logus GLSi era mais rápido e veloz que Gol GTI, Golf GTI e superava até o irmão Pointer GTI.
O Logus ingressou em nossa frota, no teste de Longa Duração, em maio de 1993: foram quase dois anos de avaliação para analisar o pós-venda na rede autorizada Volkswagen. Foi aprovado com ressalvas: carroceria, motor, freios e suspensão resistiram bem aos 60.000 km, mas a qualidade da mão de obra especializada e falta de peças em estoque deixaram a desejar.
O encerramento da Autolatina, em 1994, definiu o destino do Logus, que em breve passaria a sofrer concorrência interna do Seat Cordoba e do VW Polo Classic. A última fase do sedã foi iniciada em meados de 1995 com a requintada versão Wolfsburg Edition, que recebia rodas de 14 polegadas, conjunto óptico do VW Pointer e lanternas fumê.
No total, pouco mais de 125.000 unidades do Logus foram produzidas em quatro anos, um bom número considerando a falta de interesse tanto da Ford quanto da VW no carro. Exemplares em bom estado de conservação são cada vez mais valorizados por colecionadores, e as unidades da primeira fornada já estão aptas a receber a placa preta de coleção.
Ficha técnica do Volkswagen Logus Wolfsburg 1996:
Motor transversal, 4 cilindros em linha, 1984 cm3, alimentado por injeção eletrônica; potência 116 cv a 5.500 rpm; torque 17,4 kgfm a 3.500 rpm; câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira; carroceria fechada, 2 portas, 5 lugares; dimensões: comprimento 428 cm, largura 169 cm, altura 138 cm, entre-eixos 252 cm, peso 1.115 kg, pneus 185/60 R14; aceleração 0 a 100 km/h = 10,28s, velocidade máxima = 194,2 km/h, consumo médio = 11,29 km/l. Texto de Felipe Bitu / Quatro Rodas.
Nota do blog: Data 2023 / Crédito para Fernando Pires.

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Andrea Belloti

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