José Gramália, Circa 1924-1925, Alistamento Militar, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil

 

José Gramália, Circa 1924-1925, Alistamento Militar, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, Brasil
Santa Cruz do Rio Pardo – SP
Fotografia
Tive acesso a essa fotografia que mostra meu avô, supostamente no dia em que se apresentou para o alistamento militar (consta que ele tinha 18 anos completos, o que situa a imagem em 1924-1925). 
O lugar, desconhecido, parece ser uma parede externa de algum imóvel.
Existe uma história sobre o alistamento militar de meu avô: dizem que ele fugiu da cidade para não ir, se escondendo por um tempo no meio do mato, bebendo e se alimentando com o que achava por lá em uma localidade conhecida na época por “Onça” ou algum nome parecido (deve ter aparecido uma onça por lá e esse nome “pegou”, passando a identificar o lugar).
Naquela época o serviço militar não era prestado nas cidades dos selecionados, nos Tiro de Guerra, como acontece hoje. O alistamento era feito por membros das forças armadas que iam nas cidades e os escolhidos eram levados de caminhão para outras localidades para prestar o serviço militar obrigatório, muitas vezes longe do seu local de origem.
Consta que era imprescindível que meu avô continuasse trabalhando na roça para ajudar no sustento de sua família (mãe e irmãos menores), assim ir não era uma opção. 
Além disso, havia o medo de ser enviado para combate em uma “revolução” que estava acontecendo na época (embora mera suposição, na época ocorreu a chamada “Revolta de 1924”, também conhecida por “Revolta Paulista”, um conflito com características de guerra civil, deflagrado por militares tenentistas para derrubar o governo federal do presidente Artur Bernardes) e acabar morrendo pela “honra de um bando de políticos ladrões”.
Portanto, diante dessa situação, meu avô resolveu se esconder no mato, dizem que por cerca de um mês, até o pessoal das forças armadas ir embora (não era possível permanecer na cidade ou na casa em que morava na roça, uma vez que os membros das forças armadas, literalmente, “caçavam” e levavam a força os que se recusavam a ir).
O presente post tem a finalidade de registro dessa história, não sei se real no todo ou em parte, mas foi assim que acabou sendo transmitida pelos anos. E mesmo que não seja a expressão da verdade, nunca saberemos, os que podiam dizer já não estão entre nós. 
Concluindo, uma vez assisti um filme em que um personagem disse a seguinte frase: “Quando a lenda é maior que o fato, publique-se a lenda”. Acho que é o caso, mas sem dúvida alguma trata-se de uma boa história, até foto temos…rs.
Nota do blog 1: Caso eu consiga mais detalhes da história, atualizo o post.
Nota do blog 2: Data circa 1924-1925 / Crédito para Maria Sanson.
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Andrea Belloti

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