Monumento às Bandeiras, São Paulo, Brasil

 

Monumento às Bandeiras, São Paulo, Brasil
São Paulo – SP
Fotografia

Texto 1:
O Monumento às Bandeiras, do escultor Victor Brecheret, construído para homenagear os bandeirantes paulistas, foi idealizado pelo grupo modernista da Semana de Arte Moderna de 22. 

As obras iniciaram-se em 1936, com a preparação do local que acolheria o futuro monumento. Em 1937, sua base foi preparada em laje de concreto róseo e, os serviços de cantaria, em granito gris de Itaquera. Vários fatores colaboraram para o atraso das obras, tais como a redução das verbas durante a Segunda Guerra Mundial e o desinteresse do governo do Estado. Em 1943, o estado transferiu para a prefeitura a responsabilidade da conclusão do monumento, que foi inaugurado em 25/01/1953. 
Texto do Condephaat.

Texto 2:
O Monumento às Bandeiras foi proposto pela primeira vez por Victor Brecheret, em 1920, em resposta a um concurso público em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. Brecheret não venceu o concurso e o monumento não foi edificado na época. Em 1936, o projeto foi retomado e Brecheret apresentou uma nova versão ao Governo do Estado, que decidiu colocá-lo junto à entrada do então em idealização Parque Ibirapuera.
Nos anos seguintes, o monumento passou por diversas alterações até obter sua forma atual: uma versão geometrizante com referências art-deco, marcada pelo volume da canoa de monções e o movimento ascensional das figuras. Além disso, a escultura apontaria a noroeste, sentido da marcha bandeirante. A obra foi inaugurada em 1953 para as festividades do IV Centenário, juntamente ao Parque Ibirapuera e, por décadas, teve uma imagem positiva na opinião pública.
Nos últimos anos, no entanto, a imagem do Bandeirante desbravador e unificador do território vem dando lugar à imagem do Bandeirante que apresou e espoliou o território dos índios. Em 2013, a obra sofreu dois atos de protesto sucessivos, em manifestações contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que retiraria do Poder Executivo a definição sobre a delimitação de terras indígenas e a passaria para o Congresso Nacional. Na manhã de 2 de outubro, apareceram as pichações “Bandeirantes Assassinos” e “PEC 215 Não”. A obra foi limpada e, no dia seguinte, os manifestantes (maioria indígenas) reuniram-se no vão do MASP e marcharam até chegar ao monumento. Nele jogaram tinta vermelha, estenderam um pano vermelho e picharam mensagens de ódio aos bandeirantes. A cor representava o sangue dos povos dizimados durante as expedições às quais o monumento é dedicado. Em 2016, após um debate durante a campanha eleitoral, o monumento amanheceu novamente coberto de tinta, assim como a escultura do bandeirante Borba Gato. As recentes disputas acerca do significado do monumento despertam discussão em relação à memória que esse evoca, contrapondo o ufanismo e a valorização da obra de arte à crítica e tematização da barbárie por meio de atos radicais. Texto de Renata Latuf Sanchez / Demonumenta.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

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Andrea Belloti

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