Vista do Monumento Amizade Sírio-Libanesa, Praça Ragueb Chohfi, São Paulo, Brasil

 

Vista do Monumento Amizade Sírio-Libanesa, Praça Ragueb Chohfi, São Paulo, Brasil
São Paulo – SP
Fotografia

Ao meio-dia de 25 de março de 1988, a praça Ragueb Chohfi, onde se inicia a Ladeira Porto Geral, era palco de uma festa com toda a pompa para receber um novo monumento, feito de bronze e granito. 

O alvoroço era para inaugurar o Monumento Amizade Sírio-Libanesa. A inauguração contou com marcha de soldados e a presença de vários políticos, entre eles, o então secretário de Negócios, Cláudio Lembo, que estava representando o prefeito Jânio Quadros. 
O local escolhido foi a praça que ganhou o nome de um dos primeiros comerciantes da região da rua 25 de Março: nascido na Síria, Ragueb Chohfi (1892-1983) chegou ao Brasil em 1904, onde trabalhou como vendedor por 18 anos, até que abriu uma pequena loja na rua 25 de Março, em 1922.
Hoje, a situação do Monumento Amizade Sírio-Libanesa, inaugurado com tanta euforia na praça Ragueb Chohfi, é bem diferente. O monumento, que conta com símbolos e figuras humanas, está detonado. Algumas partes dos personagens, como braços e pernas, foram roubados. 
“O último roubo foi de uma cabeça. A Prefeitura não repõe, diz que desconhece o assunto”, reclama Lourenço Chohfi, de 86 anos, o primeiro filho de Ragueb. Mesmo assim, ele conta com orgulho que sua família é responsável pelo entorno do monumento. “Vamos cuidando, na medida do possível, da limpeza ao redor e do jardim”, diz ele. Segundo a Secretaria de Cultura da Prefeitura, a limpeza do monumento é feita somente a cada três meses, para não danificar a peça. No entanto, não existe nenhuma previsão de restauro e reposição das partes que estão faltando. Não foi feito sequer o diagnóstico do que é necessário fazer para revitalizar a obra.
O Monumento Amizade Sírio-Libanesa é de autoria do artista italiano Ettore Ximenes, que fez a escultura sob encomenda da comunidade sírio-libanesa de São Paulo. 
No topo do monumento, há três figuras humanas em tamanho natural: uma mulher que representa a República brasileira e uma moça síria fazendo oferenda a um guerreiro indígena brasileiro. Na parte inferior, o artista esculpiu um barco com homens fenícios, que representa o comércio. Também há figuras representando a descoberta das Ilhas Canárias por Haitam I e o ensino do alfabeto, além da penetração árabe no Brasil. A primeira inauguração aconteceu em 1928, no parque Dom Pedro II. O monumento ficava em frente ao Palácio das Indústrias. Mudou-se para a praça Ragueb Chohfi por decisão do prefeito Jânio Quadros, atendendo a um pedido da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março).
Ragueb Chohfi se destacou no ramo do comércio quando abriu a Tecidos Ragueb Chohfi, na mesma rua 25 de Março, em 1922. A crise de 1929 abalou seus negócios, mas o imigrante conseguiu se reerguer. Em 1955, passou o comando de seus negócios aos filhos Lourenço, Raul e Nagib, que hoje comandam a Companhia Têxtil Ragueb Chohfi e a Ragueb Chohfi Empreendimentos Imobiliários.
Membro ativo da comunidade sírio-libanesa, Ragueb foi presidente da Câmara de Comércio Sírio-Brasileira, um dos fundadores do Club Homs, do Esporte Clube Sírio e conselheiro do Lar Beneficente Sírio. Faleceu no dia 15 de outubro de 1983, aos 91 anos de idade. Texto do Estadão.

Nota do blog: Data 2009 / Foto de Dornicke.
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Andrea Belloti

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